Histórico
O Laboratório de Drosofilídeos foi criado em 1995 como uma unidade de pesquisa dentro do Departamento de Biologia Celular, Embriologia e Genética do Centro de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Santa Catarina.
O tema central do laboratório é o estudo de aspectos genéticos, ecológicos e evolutivos da família Drosophilidae (Diptera: Insecta).
Inicialmente, nosso objetivo era o de fazer levantamentos taxonômicos, com o intuito de ampliar as informações sobre a biogeografia deste grupo.
No entanto, a medida que um maior número de estudantes começou a realizar estágios curriculares, obrigatórios ou voluntários, o grupo foi diversificando seus estudos, passando a enfocar também aspectos ecológicos, de polimorfismos citogenéticos e de pigmentação, principalmente com espécies do grupo cardini de Drosophila. Foram realizados, então, vários estudos em relação ao polimorfismo de inversões de cromossomos politênicos, tanto de populações insulares como continentais, mostrando a existência de padrões endêmicos a certas ilhas.
Posteriormente, iniciaram-se os estudos sobre a estrutura das assembléias de drosofilídeos em ambientes nativos e em ambientes com diferentes níveis de urbanização e ação antrópica.
Nossos estudos atuais compreendem os seguintes ambientes: Mata Atlântica continental (na região de Joinville e na Grande Florianópolis), Mata Atlântica insular (na ilha de Santa Catarina e ilhas adjacentes), dentro e fora de uma Unidade de Conservação, Mangues, Restingas, Capoeiras e ambientes com diferentes graus de urbanização. Em todos estes locais, além dos registros taxonômicos, está sendo avaliado o efeito da sazonalidade sobre a estrutura das assembléias neles presentes. Como resultado destes estudos, já foram feitos 52 novos registros de espécies desta família, sendo sete para Santa Catarina, 38 para o sul do Brasil, duas para o Brasil, quatro para a América do Sul e uma para as Américas.
Neste momento, uma nova frente de trabalho está sendo implementada, que trata da utilização de recursos naturais e da sucessão de espécies na utilização destes recursos.
Alguns alunos, que realizaram seus estágios finais de graduação no Laboratório, continuam seus estudos, agora em nível de pós-graduação, mas permanecem trabalhando com material de Santa Catarina, o que tem reforçado muito os estudos aqui desenvolvidos. Nossa boa relação com as equipes dos Laboratórios da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e Universidade Federal de Santa Maria tem possibilitado que tais estudos se aprofundem em técnicas mais sofisticadas, principalmente de biologia molecular (como as que envolvem o seqüenciamento de regiões codificadoras ou reguladoras de genes relacionados com adaptação e evolução dos drosofilídeos, além do estudo de transposons).